Mamíferos de médio e grande porte de uma área de Cerrado no noroeste de Minas Gerais, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.32673/bjm.vi93.139Palavras-chave:
Armadilha fotográfica, Cerrado, Inventário, Mosaico agrícola, SazonalidadeResumo
O Cerrado brasileiro é o segundo maior bioma do País, cobrindo cerca de 200 milhões de hectares. A combinação da elevada riqueza de espécies de diferentes táxons e altos níveis de endemismo faz do Cerrado um dos hotspots mundiais para a conservação da biodiversidade. O Cerrado abriga uma elevada riqueza de mamíferos, com 251 espécies, das quais 22 são consideradas endêmicas. Contudo, o bioma está no centro da expansão da agricultura brasileira, concentrando a maior parcela da produção nacional de grãos, o que tem levado a altas taxas de desmatamento devido a conversão de habitats nativos em pastagens e terras agrícolas. Neste contexto apresento os dados de um monitoramento de mamíferos de médio e grande porte em uma propriedade privada formada por um mosaico de vegetação nativa e usos antrópicos no noroeste de Minas Gerais, sudeste do Brasil. As amostragens foram realizadas entre junho de 2021 e novembro de 2022, totalizando 42 dias de amostragem, utilizando diferentes metodologias não invasivas. Foram registradas 24 espécies de mamíferos, incluindo predadores de topo como Puma concolor e Leopardus pardalis. Essas espécies desempenham papéis cruciais na regulação dos ecossistemas e na dinâmica da cadeia alimentar. Também registramos espécies vulneráveis à extinção, tais como Chrysocyon brachyurus e Tapirus terrestris. Não foram encontradas diferenças na composição de espécies registradas entre as estações seca e chuvosa. A área de estudo abrange uma grande diversidade de habitats naturais e antrópicos que propicia abrigo e alimento para fauna, sustentando uma rica assembleia de mamíferos de médio e grande porte.
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