Pequenos mamíferos de uma área protegida
Explorando padrões de diversidade em uma paisagem altamente fragmentada
DOI:
https://doi.org/10.32673/bjm.vi91.83Resumo
Entender os mecanismos que afetam os padrões de diversidade é tema de interesse para ecólogos que estudam os pequenos mamíferos, no entanto, grande parte destes trabalhos direcionam a investigação somente para o padrão de riqueza. A questão, é que a riqueza atribui pesos iguais às espécies, o que a depender do estudo, pode ser limitado. Neste trabalho, investigamos os índices de diversidade, riqueza, diversidade funcional (FD), e diversidade filogenética (PD) de uma comunidade de pequenos mamíferos e o quanto são influenciados por recursos locais, estrutura do habitat e características da paisagem em uma reserva inserida em paisagem fragmentada do Brasil Central. Dividimos a área protegida e seu entorno em 20 hexágonos, onde em cada unidade amostral, estabelecemos 10 estações de armadilhas para a captura de pequenos mamíferos. Em metade das estações, coletamos dados sobre a estrutura da vegetação e recursos alimentares, enquanto as métricas de paisagem foram obtidas por meio de imagens de satélite. Estimamos a diversidade funcional a partir de traços morfológicos, ecológicos e comportamentais das espécies capturadas. Para as relações filogenéticas, derivamos a árvore filogenética a partir da filogenia de Upham, 2019. Nenhum dos padrões de diversidade foram explicados pelos recursos alimentares. Já dentre as variáveis de estrutura do habitat, FD e PD foram explicados por arbustos, embora essa relação tenha sido negativa. FD foi explicado pelo número de lianas, e PDNTI, medida de diversidade filogenética que relaciona a co-ocorrência de espécies, também utilizada, foi explicada pela quantidade de árvores. Dentre as medidas da paisagem, PDNTI foi explicado pela distância ao curso d’água mais próximo, por meio de uma relação negativa. Em ambientes florestais, a quantidade de lianas e árvores apresentam papel importante na estruturação vertical de florestas, o que aumenta o espaço funcional para as espécies, possuindo então maior diversidade funcional e filogenética do que ambientes mais abertos, caracterizados pela maior quantidade de arbustos. Além disso, espécies mais parecidas filogeneticamente parecem ocupar ambientes com mais árvores, destacando as adaptações de espécies arborícolas em ambiente florestal, algumas já com evidência de sinal filogenético. Com tantas mudanças na paisagem e na dinâmica da floresta causadas no último, e atual século, mais estudos são necessários para avaliar o efeito da estrutura da vegetação, entre outras variáveis, sobre a comunidade de pequenos mamíferos.
Referências
Resumo. Dissertação de Mestrado em Biodiversidade e Conservação.
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